Estudos da língua Kaingang amparados em instituições universitárias brasileiras começam a surgir apenas em meados dos anos 80. Em 1987, Marita Cavalcante apresentou dissertação sobre fonologia e morfologia do Kaingang de São Paulo, e no ano seguinte, José Baltazar Teixeira descreveu a fonologia do dialeto Kaingang de Nonoai (RS). No primeiro caso, tratou-se de uma abordagem gerativa padrão, com algumas soluções inspiradas em Anderson (1974 e 1976). No segundo caso, uma abordagem segmental estruturalista, bastante calcada em Wiesemann e Kindell (1972).
Em 1989, Silvia Braggio publicou um pequeno trabalho sobre o processo de alfabetização entre crianças Kaingang de Guarapuava em revista de Lingu;ística Aplicada (Braggio 1989). Em 1986, Braggio havia defendido tese nos Estados Unidos sobre o mesmo assunto (cf. Braggio 1986).
A partir de meados dos anos 90, Silvia Nascimento passou a estudar aspectos da sintaxe do Kaingang nos marcos de modelos recentes da teoria gerativa (cf. Nascimento 1995 e 1996).
A aparente profusão de estudos fica diluída quando observamos que a grande maioria deles mantém-se na área da fonologia e, mais ainda, quando observamos que algumas áreas da lingüística jamais foram investigadas em relação ao Kaingang.
Já nos anos 90, D'Angelis passou a produzir trabalhos de análise da fonologia Kaingang e, posteriormente, também sobre aspectos da sintaxe (cf. D'Angelis 1991, 1992a, 1992b, 1995a), culminando com um trabalho teórico explorando os limites das teorias fonológicas com base em dados de sua investigação daquela língua indígena (cf. D'Angelis 1995b, 1998). Suas investigações prosseguem em ambas |