Afirmando sua meta geopolítica de expandir o seu reino, a Coroa Portuguesa decide a construção de uma estrada de São Paulo à região das Missões no RS, e sua posterior ligação com Mato Grosso, e a estrada para Corrientes, na Argentina. A partir da tomada dos campos de Guarapuava a Junta da Real Expedição e Conquista de Guarapuava determinou que o Comandante Diogo Pinto descobrisse um caminho “mais conveniente e de direta comunicação entre a cidade de S. Paulo e o campo das Missões no Rio Grande do Sul”. Dessa missão foi encarregado o tenente Manoel Soares do Valle que explorou os campos e matos circunvizinhos a Guarapuava e o melhoramento do trânsito nos passos dos rios Iguassú, Chapecó e Goy-oen. A exploração foi continuada por Atanagildo Pinto Martins e mais alguns homens, tendo como guia o índio Jongong (pelo nome pode-se afirmar, com certeza, tratar-se de um Kaingang, Jógóg – uma espécie de gavião). O Kaingang e alguns homens de Atanagildo desaparecem (provavelmente mortos pelos Kaingang de Nonoai) mas ele retornou em Janeiro de 1816 com o roteiro da “Vereda das Missões” (Macedo 1951: 184-185).

Em 1837, duas bandeiras, uma saindo de Palmeira e outra de Guarapuava, se apossam dos Campos de Palmas. Esses campos, no Paraná, abrangem os municípios de Clevelândia e Palmas, mas sua maior extensão situava-se no atual território catarinense, estendendo-se pelos municípios de São Lourenço do Oeste e Quilombo à oeste, Caçador, Rio das Antas e Videira, a leste. Por extensão os Campos de Palmas, na documentação oficial, passou a designar toda essa região principalmente após 1855, com a criação da Freguesia de Palmas (cf. D’Angelis 1989:24-25). As aldeias do Xapecó, de Palmas, e de Clevelândia, formavam àquela época um contínuo territorial e cultural.