Em 1856, o cacique Vitorino Condá é o principal líder estabelecido no aldeamento do Xapecó, e no ano seguinte aparece como principal cacique dali, em relatório do Engenheiro Hégréville ao governo provincial do Paraná (cf. D’Angelis & Fókâe 1994:20-23).
A chegada dos colonizadores a Palmas e a transferência dos índios para aldeamentos do governo, alertou os Kaingang para a necessidade de buscar garantir terras para si, uma vez que os “não índios” através de titulação, iam se apossando de suas terras e exigindo-lhes que delas se retirassem. O Cacique Vitorino Condá, que trabalhou a soldo do governo brasileiro, tendo se estabelecido no Toldo do Imbú, no passo do Rio Xapecó, decide ir a Curitiba requerer uma terra para sua gente. Em ofício datado de 25 de maio de 1869, o diretor do Aldeamento de Palmas, Pedro de Siqueira Cortes, escreve ao delegado de Terras Públicas do Paraná:
"Hoje segue para essa capital o cacique Vitorino Condá com uma porção de índios de sua tribo o qual vai à presença de sua Excia, o Sr. Presidente da Província pedir um terreno de campo aqui nesse aldeamento para morarem, e terem seus animais, eles estão morando em terrenos alheios, e já tenhão sido vexados para sairem do terreno. (...) o Cacique quer ir até o Rio à presença de S. Magestade fazer suas queixas (...) eles também pedem um Mestre de 1as letras para ensinar seus filhos (...) também querem um ferreiro (rasgado no original) as ferramentas de roças que neste Distrito não há um ferreiro e fica muito difícil para eles compor suas ferramentas, diz o Cacique Victorino, que no caso de não arranjar nada que então garra o mato o que nos será muito prejudicial." (Apud D’Angelis 1989:49).